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36 Encontro Nacional MGF

Conferência inaugural

Uma sinfonia familiar?

 

A conferência inaugural do 36º Encontro Nacional de MGF vai ser coerente e especial. Coerente porque, mais uma vez, como aconteceu num passado recente em eventos da APMGF, será proferida por um jovem médico de família, em início de carreira e com ideias frescas sobre a especialidade e a prestação de cuidados de saúde de proximidade. Especial, porque partirá de uma analogia entre a prática quotidiana da Medicina Familiar e a condução de uma orquestra bem afinada que toca uma sinfonia de características únicas. Nesta «Sinfonia da Liderança - Arranjo para Médico de Família», título da conferência a proferir no dia 14 de março por Pedro Figueiredo (médico de família na USF Marquês de Marialva e músico do projeto "Os Quatro e Meia"), o arranjo é cada vez mais complexo e desafiante, sobretudo com a introdução de novos “instrumentos digitais” que conferem uma sonoridade moderna, mas nem sempre afinam com a restante harmonia. Numa breve entrevista, Pedro Figueiredo revela algumas “pistas melódicas” sobre o que poderemos ouvir em Braga.

 

Como encarou este convite que lhe foi endereçado pela equipa organizadora do Encontro Nacional?

 

Com bastante surpresa, confesso. Temos entre nós imensa gente com competência e criatividade. Desta vez, tocou-me a mim a oportunidade e será uma honra enorme poder dar o meu contributo ao Encontro. Espero estar à altura do desafio.

 

Vai apresentar uma comunicação vinculada ao título do próprio Encontro Nacional, “Na Linha da Frente”, após desafio da organização. O que lhe invoca esta expressão e que sentido faz atualmente no contexto da MGF?

 

Os médicos de família estão, de facto, na linha da frente por múltiplas razões. Assumem um papel crucial quando interpretam a partitura do SNS, sendo ao mesmo tempo exímios “intérpretes” e “maestros” na gestão dos recursos. Algo que lhes é inato pela capacidade de liderança e trabalho em equipa. Estão na linha da frente na qualidade da produção científica, na formação académica e no desenvolvimento de ferramentas de auditoria e melhoria contínua da qualidade dos cuidados. Contudo, estão também na linha da frente no contacto com novos sistemas de informação e novas ferramentas informáticas que nem sempre possibilitam uma harmonia afinada.

 

O que trará, especificamente, da sua experiência pessoal para esta apresentação?

 

Nos últimos anos, a minha vida assemelha-se a um disco de vinil com dois lados. No “Lado A”, sou médico de família numa USF em Cantanhede, integrando uma equipa que me orgulha pela sua resiliência e ambição. No “Lado B”, sou músico no projeto “Os Quatro e Meia”, que tem feito um percurso curioso no panorama musical nacional. A música e a MGF ficam, assim, naturalmente interligadas. Rentabilizando a alegria e a força positiva da música, procurarei demonstrar que existem analogias interessantes entre os dois mundos.

 

Vai abordar alguns dos principais desafios que os jovens médicos de família enfrentam no nosso sistema de saúde?

 

Julgo que a mensagem acabará por ser universal a toda a plateia, abrangendo os jovens médicos, onde me incluo, e os colegas mais experientes. Neste momento, os desafios da MGF carecem do empenho de todos. Parece-me essencial que o futuro passe por fortalecer as relações intergeracionais, fazendo mitigar o cansaço e a desmotivação com a força motriz das novas ideias, do otimismo e da irreverência saudável. Precisamos de todos, sem exceção.

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